Não sei se antigamente os pais sentiam tanta culpa quanto os pais hoje em dia. A minha infância foi bem menos rígida do que a infância da minha mãe e talvez a das minhas filhas seja bem menos do que a minha, ou não. Isso é difícil mensurar. A culpa é por trabalhar demais, por não trabalhar e não ter dinheiro, pela criança não brincar na rua ou por ter um apartamento pequeno para brincar, pais se culpam por comprar uma blusa pra si e não pro filho. A palavra culpa vem junto com a palavra Pai e mãe.
Hoje em dia me sinto menos culpada que antes, mas não menos preocupada ou questionadora. Claro que as neuras mudaram, hoje não me preocupo tanto com chupeta, desfralde (apesar da Fernanda ainda usar fraldas), com o tipo de leite, ou se a roupa combina ou não (são exemplos, ok.).
Minha preocupação tomou uma dimensão maior do que essa. Preocupo se minhas filhas terão uma boa educação, se serei capaz de delegar as responsabilidades e se elas serão atendidas e entendidas, e a maior preocupação que é criar adultas respeitadoras com capacidade de discernimento e caráter.
Hoje em dia uma grande preocupação quando penso na adolescência é o envolvimento com drogas. Por isso a infância é tão importante, porque é agora que vou colocando na cabeça delas, dando noção do que é certo e errado, além de aplicar limites.
Eu sempre procurei o melhor pra todas as duas e pensar na possibilidade de estar errando desde já me deixa emocionalmente abalada. E gente pra colocar dúvida na nossa cabeça tem um monte.
A criação não vem somente de casa, pelo menos não é assim que eu vejo, a criação vem do mundo, da escola, do contato delas com as pessoas, do envolvimento interpessoal. Claro que a responsabilidade para discernir o que é certo e errado e dar limites é dos pais. Mas o local e as pessoas com quem se convive fazem diferença. Tudo que escrevi é baseado na minha opinião.
Essa semana entrei na academia. Apesar de não ser possível ir todos os dias, eu e Claudio, ele a mais tempo do que eu, tomamos a iniciativa de fazer uma atividade, porque é importante pro nosso corpo e nossa mente. Eu que nunca curti academia, gostei bastante do ambiente e mais de me exercitar. E eu não sinto nenhuma culpa de ir para a academia depois de levá-las em casa. Ainda mais por ser do outro lado da rua.
Claro que às vezes ainda bate aquele apertinho como foi na sexta quando resolvi ficar no happy hour do trabalho. Quase toda sexta tem uma música, um chopinho e eu nunca fiquei, porque sempre pensava no tempo que fico longe das meninas e com isso acabava nunca fazendo nada sem elas, não que seja ruim é bom, mas sair só é diferente. E na sexta passada resolvi deixar a neura de lado e fiquei. E olha foi bem legal! O bom foi que depois de uns chopinhos, um bate papo legal, voltei pra casa mais tranqüila, mais leve, e mais animada. Nem o fato de chegar em casa e encontrá-las aceleradas me deixou irritada...rs. Pelo contrário, cheguei abracei, beijei e coloquei as duas na cama.
É isso! Não deixo a culpa chegar e ficar. Às vezes ela vem, mas eu mando logo ela embora, porque tenho que estar bem para deixá-las bem também.
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