Nunca havia passado por uma situação como foi ontem, e confesso fiquei completamente perdida. Talvez se ela me perguntasse como o neném vem parar na barriga, teria sido mais fácil sair dessa.
Tudo começou com a empolgação da dança do Dia dos Pais na escola. Ela só falava nisso e há 4 dias cantarolava a mesma música. Ontem na cozinha ela pediu pra dançar o que estava ensaiando na escola. E que estava com medo de errar e teria que ensaiar muito, inclusive em casa para se apresentar na escola. Eu disse que estava lindo e avisei que tinha falado com o pai dela. Eu estava preocupada porque avisei na 4ª feira e fiquei com medo dele esquecer e ela ficar sozinha. Seria uma decepção muito grande!
Foi então que ela contou que durante as férias, a avó disse que ela deveria passar mais dias com o pai, que os primos veem o pai num sábado e a mãe no outro e que ela deveria fazer a mesma coisa. Eu fiquei chateada porque eu não proibi o Vitor de vir visita-la, ele deixou de vir por conta própria. Mais tarde liguei pra avó e ela disse que não falou... vai entender.
Perguntamos, Claudio e Eu, se ela tinha visto o pai quando estava na casa da avó, e ela respondeu que só dois dias. Tentamos contornar dizendo que ele devia estar ocupado e que estava trabalhando por isso não foi visita-la mais vezes. Não sei em que parte da conversa ela começou a juntar os pedacinho e o que passou na cabeça dela, porque ela foi ficando triste e começou a chorar baixinho enquanto falava. Isso partiu meu coração!
Peguei ela no colo, abracei forte e perguntei se ela queria conversar, ela chorava reprimida e balançou a cabeça que sim. Fomos pro quarto e ela tentava segurar o choro, perguntei e ela não dizia, só chorava baixinho, então percebi que o melhor era deixar ela chorar e quando falei: “Filha chora, vai te fazer bem.”, ela desabou. Chorou, chegou a soluçar e nesse momento eu tive que segurar as minhas lágrimas. E assim ela permaneceu no meu colo, chorando e soluçando por uns 15 minutos.
Deixei ela se acalmar pra ouvir o que estava passando pela cabecinha dela. O problema é que ela não sabe expressar o que sente, talvez pela idade, por não saber lidar direito com seus sentimentos. Eu percebi que ela se parece mais com o Vitor do que eu imaginava, e do que ele mesmo sabe.
Com o tempo ela foi perguntando se o pai trabalha todos os dias, se ele só pode vê-la nos finais de semana, ou se pode ir na escola. Fomos conversando e perguntei se ela sente saudades, ela dizia que não, mesmo assim eu disse que ela precisa falar pra ele, pedir o telefone e aí quando ela sentir saudades ela liga pra ele. Doeu viu ver ela sofrendo! Ela não conseguiu falar porque chorava.
Eu já tive alguns problemas com o Vitor, isso foi no início, o tempo passou as coisas se acertaram e melhorou, mas esse ano tive que tomar uma atitude em relação as visitas pois as coisas estavam perdendo o controle. Hoje eu choro com ela, pior seria chorar sem ela ao meu lado. Tenho a consciência tranquila que eu faço o melhor, apesar de errar muito ainda. Tentamos de todas as forma suprir as necessidades dela, claro que nem sempre é possível.
Filha quando você tiver idade e curiosidade pra ler o blog quero que você sabia que a mamãe faz tudo por você meu amor. Você e sua irmã são meu coração, o melhor presente que a vida poderia me dar e mesmo quando a mamãe briga é pelo seu bem. Eu brigo com você e por você! Em nenhum momento me arrependo de ter escolhido vocês. Você minha branquinha é a melhor filha que eu poderia ter, tão carinhosa, meiga, sensível, educada é a minha pedrinha preciosa. Menina rara! Acho que seu pai também sente o mesmo por você, pena que ele também tem as mesmas dificuldades que você em expressar o que sente.
Te amo e conte comigo sempre.
Estarei sempre te apoiando!
A amizade é tudo
Um sentimento natural
Que acontece com razão
É Deus quem escolhe
Quem vai se dar bem
A caminhada é igual
Seguindo a mesma direção
Pensando juntos nós vamos além
Que acontece com razão
É Deus quem escolhe
Quem vai se dar bem
A caminhada é igual
Seguindo a mesma direção
Pensando juntos nós vamos além
Lágrimas na vitória
Sempre na derrota ou glória
É luz na escuridão
Somos um só coração
Sempre vivo na memória
Faz parte da minha história
Sempre na derrota ou glória
É luz na escuridão
Somos um só coração
Sempre vivo na memória
Faz parte da minha história
Nada vai nos separar
A amizade é tudo!
É se dar sem esperar
Nada em troca dessa união
É ter alguém pra contar
Na indecisão!
Nunca se desesperar
Sempre ali pra estender a mão
Maior valor não há!
É feito irmão!
Nada em troca dessa união
É ter alguém pra contar
Na indecisão!
Nunca se desesperar
Sempre ali pra estender a mão
Maior valor não há!
É feito irmão!
6 comentários:
Eu uma vez tive um problema parecido, mas o Vítor não chegou a chorar. Ele só perguntou pq o pai prometia as coisas e nunca cumpria. Foi dureza contornar sem falar mal do pai dele, viu? O lado bom é que como ele nunca foi um pai no sentido que eu e você entendemos, deixou um buraco do tamanho do mundo que foi preenchido pelo meu marido. Então qdo tem essas datas ele já pensa diretamente no meu marido e tudo fica muito mais simples. Como o outro não dá bola e não cobra nada, não embanana a cabeça do menino. Boa sorte com a pequena!!
Nossa... Tive que ler... Li, eu tenho um filho de 15 anos que tem anos não vê o pai, nem falar por telefone eles falam, como todo adolescente, adora um computador e as vezes os dois estão on-line sem sequer dizer um "oi" para o outro. Graças a Deus, ele é um garoto muito tranquilo, procuro conversar muito com ele e não deixo que nossas desavenças influenciem na cabeça dele, sempre procurei separar isso muito bem e acho que o resultado está sendo positivo. Eu acredito que tem momentos que ele fica triste, apesar dele dizer que não. Quando pergunto se o pai dele tem falado com ele pelo computador, ele diz que não, diz também que não faz muita questão, que o pai acostumou ele a sua ausência, então pra ele isso é natural. Quando ele fez 15 anos, o pai só ligou 3 dias depois do aniversário dando uma desculpa esfarrapada de que onde ele se encontrava não tinha telefone, eu disse que ele deveria dizer isso ao filho, não a mim. Fiquei ouvindo a conversa deles, um monólogo e quando meu filho desligou, ele chegou pra mim e disse: "Mãe, sei que meu pai tá errado em muitas coisas, principalmente em não te ajudar na minha educação mas eu não consigo sentir raiva dele, eu gosto dele sabe... Nunca vou desrespeitar nem dizer nada que o ofenda, as vezes que ele vinha me ver, quando ele ia embora eu sentia até saudade... Mas eu gosto do meu pai". Fiquei tão orgulhosa do que ele falou sabe... Vejo aí o resultado de tudo o que estou lhe ensinando mas acredito que tem coisas que dependem mais dele do que de mim, ou seja, é dele não guardar mágoas, nunca guardou de ninguém, nem dos colegas que o magoaram, é sereno e está sempre apaziguando tudo. Cada dia se transforma em um ser humano ainda melhor, sem mágoas do pai e receptivo a hora que ele quiser vê-lo. A Clarinha ainda é muito pequenininha pra entender tudo isso, nós mulheres temos as emoções mais afloradas, somos mais sentimentais mas com o tempo ela vai aprender a conviver com isso tudo, nada como o tempo para amadurecer as coisas. Por enquanto, só a sua presença e o seu carinho, muita conversa principalmente vão ajudá-la a passar por isso. Bobos são esses pais dos nossos filhos né? Não tem noção do que estão perdendo, das fases que eles não acompanharam, são tesouros tão valiosos... São sem noção mesmo. É isso aí, serenidade acima de tudo com o tempo, tudo vai se encaixando, sem mágoas, só amor e compreensão. Beijos. Lica
Lá em casa também procuramos não fazer nenhum tipo de comentário na frente dela. Mas as crianças são assim perceptivas, ela pega no ar quando algo não vai bem.
Clarinha é esperta e observadora. Eu tenho muito cuidado com o que falo pra ela porque ela guarda e não coloca pra fora. Se alguém briga com ela, ela não vem me contar... só fico sabendo depois de muitos dias.
Quando eu conheci meu marido a Clarinha tinha 2 anos e 2 meses, a mesma idade da Fernanda, mal sabia falar e nunca, nunca trocou o nome do pai. O Claudio sempre foi o tio, por maior que seja o amor dela por ele.
Todo mundo dizia que quando a Fernanda crescesse ela chamaria ele de pai, mas não, isso não aconteceu. Uma vez ela me disse que queria chamá-lo de pai, mas tinha vergonha. Explicamos que ela não precisa ter vergonha, que ele é pai dela de coração e ela é filha dela igual a Fernandinha. Nunca insistimos, sempre deixamos que ela "nomeasse" ele do jeito que tivesse vontade. E o amor pelo tio não é menor do que o amor pelo pai. Eu amo o Claudio por isso, porque não faz distinção entre elas. O que vale pra Fernanda vale pra Clarinha também.
Ela é uma criança muito tímida e envergonhada, morre de medo de ser o centro das atenções e ser recriminada por algo é o fim na cabecinha dela.
Também não posso e nem tenho o direito de excluí-lo da vida dela. Sempre faço questão de chamá-lo, seja no aniversário, formatura, festas o que for... porque ela sente falta. Não é uma criança fácil de se ganhar. Precisa conquistar, trabalhar, ganhar confiança... e eu a admiro muito por isso.
Sei que quem vai sair perdendo muito com isso é ele. Um dia ela cansa de esperar, de ter expectativa e de ter saudade e tudo passa a ser natural. Ele não, a idade vai chegando e vai ficar só, sem a presença da filha.
Minha esperança é que esse comportamento do pai dela não interfira muito na cabeça dela, que ela cresça e se torne uma pessoa bem resolvida e de caráter.
Beijos e obrigada pelos comentários de vocês, é sempre bom trocar experiência.
Um grande beijo Lica, com muito carinho pra você.
Gata, forte isso que vc escreveu!!! Só quero deixar registrado aqui que a Clarinha é uma menina muito especial e tenho certeza que tudo isso não irá interferir na cabeça dela, pois ela tem VC como mãe. Bjs, Viviane.
Olha eu chorei com esse post viu, eu não entendo o que acontece com alguns pais.
Mas ela vai ficar bem, vc é uma otima mãe, tem dado todo amor e toda assitência que ela precisa e tb tem a sorte de ter o "tio" que é muito mais pai dela e que a ama muito.
bjs
Estou passando essa triste fase com meu filho de 8 anos. Ele chora muito e diz que tá com saudades do pai. choro com ele, pois sinto a dor dele. Não sei o que fazer. Tõ muito triste. Vcs podem me dizer o que posso fazer para ajuda lo?
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