"Ter filhos e criá-los é cada dia gerar e pari-los outra vez, sem descanso."
Lya Luft, Perdas e Ganhos.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Desânimo.

Desânimo prolongado pode ser sinal de distimia
FÁBIO MAZZITELLI
do Agora

"Tristeza não tem fim, felicidade, sim..." Esse famoso verso da bossa nova composta por Tom Jobim e Vinícius de Moraes podia ser a trilha sonora da distimia, doença definida pelos psiquiatras como transtorno de humor acompanhado de depressão leve e crônica, com dois ou mais anos de duração.

Apesar de não ser uma depressão grave, habitualmente a distimia aparece associada com outros tipos de problemas de personalidade. Os mais comuns: desânimo para fazer atividades que gostava de fazer, tristeza e irritabilidade sem causas aparentes.

Como tais características podem ser confundidas com o jeito de ser da pessoa, o doente, em geral, só toma consciência da distimia depois que outras doenças associadas se manifestam, como a depressão aguda, alterações de sono e de apetite.

"Se a pessoa tem uma tristeza que considera exagerada, se sente um extremo desânimo e isso está perturbando os acontecimentos normais do dia-a-dia, como trabalho e relações sociais, e trazendo um sofrimento psicológico significativo, uma dor grande na alma, tem de procurar uma consulta médica", afirma o psiquiatra Miguel Roberto Jorge, chefe da disciplina de Psiquiatria Clínica da Unifesp (Universidade Federal de SP).

Para combater a "dor na alma", o tratamento consiste, basicamente, em remédios antidepressivos acompanhados de psicoterapia.

Os psiquiatras estimam que de 3% a 6% da população mundial possa ser vítima da distimia. Não há uma única causa para o aparecimento da distimia. Os fatores hereditários, como em outras doenças psiquiátricas, e psicossociais são possíveis fontes que contribuem para o surgimento.

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