O que aconteceu com a Fernanda.

Fernanda começou com febre na quarta feira, dia 14 de julho. Na quinta feira a levei ao médico que disse se tratar de uma gripe forte. Até então os sintomas eram tosse, febre alta e prostração. Deixei-a na minha mãe e fui trabalhar. Durante o dia ela ficou muito arriada. A febre não passava, abaixava quando tomava antitérmico, mas o seu estado constante era febril.


Na sexta levamos ela na emergência novamente e ai foi pedido um hemograma e um raio-X. O hemograma deu alterado, 22.000 leucócitos e o raio-x foi normal. A médica pediu o telefone da pediatra dela, e tentou ligar várias vezes, mas não conseguia falar. Isso me deixou bastante assustada, já que não é comum me pedirem o telefone da pediatra numa emergência. Voltamos para casa com receita de clavulim, mais 4 medicações. A Fernanda parecia sentir dor e a essa altura ela estava bastante irritada, com vômito e diarréia. Iniciamos o antibiótico e no domingo de manhã retornamos a emergência do São Vicente de Paulo, pois não havia nenhum sinal de melhora e ela não se alimentava mais e a diarréia tinha aumentado. Outro hemograma foi feito e a taxa de leucócitos estava melhor (17.000), com isso a médica mandou continuar no Clavulim e esperar às 72 horas para que o remédio fizesse efeito. Voltamos para casa.

Segunda feira chegamos do trabalho e Fernanda estava com 39,8° de febre, demos remédio, fiz compressa, demos banho e alivium e nada. Marquei a pediatra dela para o dia seguinte. Mesmo assim voltamos na emergência. A essa altura estávamos cansados e irritados porque era óbvio que ela não estava tendo melhora, apesar dos resultados laboratoriais estarem melhorando. Foi pedido pelo médico outro hemograma, que apresentou 15.000 leucócitos. Mesmo com as 72 horas de antibiótico, o médico pediu que voltássemos pra casa e disse que a febre poderia ser pelo “clima pesado”.

Terça eu fiquei em casa e não fui trabalhar. O Claudio também veio pra casa depois do almoço. Saímos para a pediatra dela as 17:30 h, mesmo com a consulta marcada para as 19 horas. A febre estava alta e nada baixava. Chegamos à médica ela com quase 40°. A médica examinou e pediu uma avaliação de um hospital com uma infra-estrutura para exames. Fomos então para o Quinta Dor. E as médicas que nos atenderam foram as mesmas da 6ª e do domingo. De cara ela foi pro soro, porque tadinha, ela estava totalmente desidrata! Foi quando então uma das pediatras veio conversar pedindo autorização para fazer o exame de pulsão lombar. Eu não sabia do que se tratava o exame, liguei pra minha irmã que pediu que só autoriza-se se fosse a Med Life a fazer o exame, 20 minutos depois a equipe estava lá e tentaram por 3 vezes colher o líquor (Enfiam uma agulha na coluna para retirar o líquido da coluna). Mas como ela estava desidrata isso não foi possível.

Mesmo sem conseguir colher o líquor, é procedimento padrão iniciar o tratamento com o antibiótico para meningite. Então por volta das 2 da manhã subimos para o quarto onde a Fernanda ficou por 10 dias. Na quinta ela refez o exame, mas os médicos já haviam me informado que eles tinham quase que 90% de certeza que o exame não daria alterado, pois ela já tinha iniciado o tratamento com o antibiótico. Mesmo assim a taxa de leucócitos dela deu alto 37, o normal seria no máximo 5. Pra completar o Claudio adoeceu na quinta e ficou de cama com uma forte gripe.

Fernanda respondeu bem ao tratamento. E no sábado ela já estava bem melhor, já se alimentava e evacuava normalmente. E no dia 30 ela teve alta sem nenhuma restrição, com diagnóstico de pneumonia, já que não foi possível ter certeza da meningite pelo único exame que confirma a doença.

Passar tantos dias no hospital foi muito ruim. E algumas pessoas minimizaram nosso sofrimento com mensagens de carinho e com muita ajuda. Agradeço primeiro ao meu marido que esteve sempre dando apoio, era um ajudando o outro e nos momentos mais difíceis quando ela tinha que ser furada porque a veia entupia, ele ficava lá dando força pra ela e pra mim. A minha mãe que passou todos os dias lá sempre ajudando. A minha filha Clara, que foi muito compreensiva mesmo morrendo de saudades da sua casinha. A Louise que passou uma noite comigo mesmo se sentindo mal. A minha tia Gecilda que ia nos visitar e ligava todos os dias para ter notícias. Ao meu pai que foi comigo em Rio das Ostras para buscar a minha Clara, dirigindo 6 horas direto. A creche que ligava diariamente para ter notícias. E aos amigos que me mandaram mensagens, emails, ligações e a orações que foram super importante na recuperação da Fernanda.
Obrigada!